Meus olhos começaram a marejar enquanto eu escutava meu amigo falar. Ele é professor no jardim da infância e estava compartilhando uma história sobre seus alunos. Estávamos no meio do ano letivo e seus alunos estavam profundamente conectados uns com os outros, mais do que qualquer outra turma anterior.

Existia um cuidado e compartilhamento genuíno, e ninguém agia como se fosse melhor do que o outro.Em vez disso, os estudantes ouviam as ideias uns dos outros, apoiavam uns aos outros, dividiam as tarefas da sala de aula, encorajavam uns aos outros para que contribuíssem igualmente no processo de aprendizagem em sala de aula, garantiam que todos fossem incluídos, indo além até, como torcerem uns pelos outros.

Foram lindas histórias de inclusão, e foi exatamente isso que tocou profundamente meu coração! Ali estavam estes pequenos seres humanos, servindo de exemplo para nós, adultos, de como incluir as pessoas em nosso dia a dia. Preciso acrescentar que meu amigo também compartilhou sobre a linda diversidade que existia em sua sala de aula: de cultura, raça, gênero, transtornos infantis de desenvolvimento, interesses, níveis de habilidades e diferenças na forma de aprendizado e de linguagem.

Uma postura de coração fundamental para o trabalho da inclusão racial é encontrada em Filipenses 2:3 (NVI), onde diz: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.”

Em nossa última Hillsong Conference, no meio desse ano de 2022, nossa pastora global, Lucinda Dooley, trouxe uma palavra poderosa para todos nós. Enquanto pregava de forma brilhante, o Espírito Santo destacou as palavras dela para aumentar a nossa compreensão sobre a importância da igreja buscar intencionalmente a inclusão racial. A pastora Lucinda disse o seguinte:

“Muitas coisas no mundo tentaram dividir. Mas o que amo é que Deus está nos lembrando que, em Cristo, existe uma maneira diferente. Somos todos iguais. Em Cristo, somos todos filhos de Deus. Ele não tem favoritos. Ele ama todo mundo igualmente. A igreja é o único meio que trata todo mundo da mesma forma. A igreja tem um papel fundamental, pois é o lugar que pode nos unir.”

Essas verdades são a base do trabalho de inclusão racial. Somos todos iguais aos pés da cruz. Por que, então, essa não seria a postura diária do nosso coração, individual e coletivamente, como igreja? O trabalho da inclusão racial é algo que devemos fazer, uma vez que a igreja possui um papel crucial em demonstrar para um mundo machucado como realizar bem a inclusão racial.

Poderíamos mencionar facilmente o segundo grande mandamento dado a nós por Jesus, em Mateus 22 (NVI), onde somos instruídos a amar ao nosso próximo como amamos a nós mesmos.

Algo que meu amigo, Harry Phinda, presidente do Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão Racial disse, pode também falar à postura de nossos corações sobre inclusão racial (e étnica). Harry disse: “”Não estamos construindo a igreja para apenas uma pessoa. Estamos construindo a igreja para todos. Queremos que a Hillsong seja uma igreja com diversidade.” Isso é muito lindo. Assim como esta imagem revelada a nós em Apocalipse 7:9 (NVI), que diz:

“Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, de pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas.”

Inclusão, em sua forma mais simples, é o ato genuíno de incluir alguém. Os alunos incluíram genuinamente uns aos outros em seu dia a dia. Nós facilitamos o ato da inclusão racial genuína na igreja quando, intencionalmente, convidamos, ouvimos, aprendemos com outros, promovemos, representamos, compartilhamos a plataforma, somos liderados, nos importamos, apoiamos, somos aliados, defendemos e empoderamos pessoas de todas as raças e etnias.

Uma linda metáfora para a diversidade e inclusão é a seguinte: diversidade é ser convidado para a festa, inclusão é ser chamado para dançar e, pertencimento, é poder escolher a música que você está dançando. Embora eu tenha tentado fazer um paralelo com uma analogia na igreja, acredito que no momento esta metáfora pinta um lindo quadro de inclusão genuína.

Existem muito mais informações que poderiam ser compartilhadas, já que o trabalho de inclusão e pertencimento são, ao mesmo tempo, simples e complexos. Mas por enquanto, deixo este pensamento: o trabalho de inclusão racial é algo que devemos fazer e, ao mesmo tempo, algo que podemos fazer.

Precisamos nos unir como a igreja que inclui todas as pessoas, de todas as raças e etnias. Que honra e privilégio incríveis, que deixará um lindo legado para aqueles que vierem depois de nós!

Quando pensamos no trabalho de inclusão racial, ele é empoderador e também cheio de esperança!

Escrito por:
Maria Hansen-Quine, LASW, MSW, CSC
Gerente Global de Diversidade e Inclusão Racial da Hillsong